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Obstrução nasal pode interferir na amamentação?- A Fisioterapeuta/Osteopata Diana Ferreira Responde

Obstrução nasal pode interferir na amamentação?- A Fisioterapeuta/Osteopata Diana Ferreira Responde
  • 06 de julho de 2022

Sabia que a Organização mundial de saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até aos seis meses? E que a pega incorreta na mama é um dos principais fatores que leva ao desmame precoce?

A amamentação exclusiva traz inúmeras vantagens tanto para a mãe como para o bebé: estimula o contacto pele com pele melhorando o vínculo mamã/bebé, melhora o sistema imunitário, fornece os nutrientes e água nas proporções que o bebé necessita, reduz as cólicas, previne infeções gastrointestinais, respiratórias... Para além disto, o processo de amamentar estimula e otimiza o desenvolvimento craniofacial ao induzir uma atividade muscular intensa, movimento funcional da mandíbula movimento preciso da língua contra o palato.

 

 
O mecanismo de amamentação é uma ação coordenada pelo sistema nervoso central que envolve a sucção, respiração e deglutição e existem inúmeros fatores que podem contribuir para que esta cadeia de acontecimentos não seja realizada da melhor forma, entre eles:

 
-mau posicionamento durante a mamada;

 
-dificuldade na sucção (por diminuição da mobilidade da língua ou alterações no trabalho em sinergia de todos os músculos envolventes no processo) ;

 
-assimetrias cranianas, que consequentemente irão afetar os pares cranianos (responsáveis inervação dos mesmos músculos);

 
-obstrução nasal!

 

 


 


 
Preferencialmente os bebés possuem um padrão respiratório nasal e a anatomia das vias aéreas superiores permite que o façam ao mesmo tempo que ocorre a deglutição.

 
Se houver obstrução nasal, vai haver dificuldade na amamentação uma vez que vão realizar mais pausas e largar a mama para poderem respirar pela boca.

 
Nestes momentos, torna-se importante intervir e realizar a lavagem nasal, que irá realizar a limpeza da região da nasofaringe e assim otimizar a amamentação.

 

 

 

O acompanhamento com um fisioterapeuta/osteopata pediátrico, integrado numa equipa multidisciplinar, deve ser realizado o mais cedo possível na medida em que irão avaliar o bebé como um todo: crescimento harmonioso do crânio e face, articulação temporomandibular, posição, tamanho e projeção da língua nas diferentes direções, musculatura envolvente no sistema oro facial, pares cranianos responsáveis pela mesma musculatura, reflexos orais necessários à alimentação e aparato respiratório.

 
Para além de avaliar e intervir, as sessões possuem também uma grande componente educacional, pois o trabalho em conjunto com os pais é talvez a ferramenta de maior

 
valor.


 

 

 

Autor:

Diana Ferreira

 
Leiria (Grupo Beatriz Godinho Saúde)

 
Fisioterapeuta pela Escola Superior de Saúde de Leiria com formação em osteopatia pela Escola de Osteopatia de Madrid, osteopatia pediátrica, fisioterapia respiratória pediátrica e amamentação.

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